terça-feira, 25 de novembro de 2008

Correspondência

Você sangra a voz e a rasura da caneta
sem afogar a beleza do amor.

Tem assinatura aguda de gume aceso,
uma navalha de fio maravilhado
que guarda o meio-fio das idéias
esculpidas em três golpes rápidos:

Começo,
meio,
fim.

Tríade una de volume e raridade
daquele tipo que não há quem encontre;
do tipo que só nasce quando "bem disposta"
apenas na descoberta linhagem dos presentes,
no alinhavar dos gestos e versos mais rentes,
justos nesse teu modo de se escrever,
parecendo que decalca e me desenha
sobre o assombro do papel de seda!

(...)


Numa terra onde a regra é ter,
parecer ou ser meio "LADO B",
você tem bem é um avesso diverso,
um bruto diamante disfarçado
a fincar brasa no carvão do verbo.

Visão que vale também
Até mesmo para quem
ainda, não te sabe ler.

Por isso teus escritos e tua poesia
são mantra, fio e silêncio de cura
que desarmam medos de escuridão;
aguçam a lâmina sensível dentro da pele
e põem o punhal da verdade a conversar,
a se divertir e dar dicas,
brincando de gato-mia no escuro
da essência pressentida que te lê.

tudo com o afeto desse punhal de luas
afiando estrelas na nascente do peito.

Bom é que, uma hora,
esse enluarado acerta.

E nos desconcerta.
Forte, doce e ligeiro.

Feito você.

Cel Bentin

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