Quanto mais a busco, ela de mim se oculta,
Se quanto mais a nego, ela retorna aos brados.
Assim cativo o que aos poucos me sepulta,
E assim trago-a constante em meus enfados.
Quanto mais a sorvo, mais lúcido me torno.
Se nela falo de amor, não é dela que vos digo.
E ela reside em quase tudo que adorno,
É ela quem verseja os anseios que lobrigo.
Como é possível desvencilhar-me desse fado
Se nela ora eu me levanto, ora me acabo,
E por horas ela transporta-me ao passado.
Como é possível, nessa tortuosa eucaristia,
Sair ileso sem que se doa nenhum lado?
Como é crível, Deus, separar-me da poesia?
Jairo Alt
domingo, 23 de novembro de 2008
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