O escapulário que deixastes
de seus dedos em meus seios
não mais vejo.
Meu sexo
- pequeno escrínio
de teu sêmen -
foi fechado à chaves.
Não se abrirá nem com seu beijo.
Já sumiu do meu corpo
o sudário de tua pele
e teu cheiro,
pois foi longo meu calvário.
Trataste com escárnio
o milagre, a coisa sacra
que habitava os sotãos
cheios de arcas:
Eu, teu relicário.
Flávia Perez
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
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