No quadro arremesso excremento
E de dejeto pincelo meu esboço,
Com cores intensas do céu cinzento
Fazendo da face um pútrido poço.
A carranca é de acabrunhar
Feito o Minotauro de Picasso
E variegado das obras de Renoir,
Vou pitando-a no descompasso.
A pintura é tão enternecida e nobre,
Quanto os relógios de Salvador Dali.
Rabiscando-a da maneira Polock,
Atiro na tela, um aedo que jamais vivi.
Faço-me vertical no cubismo,
Nítido se o traço medrar-se abstrato.
Assim tem-se meu surrealismo
No quadrado paisagístico e inexato.
Na obra-prima terminada,
Alcanço o que nunca havia visto,
Então visto-me do que não desejo
Ao Pintar o auto-retrato proscrito
Da perspectiva que não me vejo.
Jairo alt
domingo, 28 de setembro de 2008
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Um comentário:
Tive o privilégio de ouvir o Jairo declamar essa obra-prima.
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