Há uma corda pendendo entre as paredes
Há uma alma que nunca se descobre
Dois mantos recobrindo o oblíquo
Quantas chaves para abrir um sentimento?
Cresço mais perdido que o esplendor
Montanhas desfocadas, casinha decrépita
Madeiras negras sobre bases de fim
Rompidas no túmulo selvagem, melancolia.
O quadro que delineia o mistério das tropas
O inato, ríspido, hermético, originário ar
Passei tombado junto a uma implosão de cargas
Décadas e décadas para fingir, e tão mal.
Enumero minhas desgastadas manhãs
Prometo as coisas da volúpia
Não sumirei num breu de seguintes
Pois ainda não vi, pois ainda não sei.
Quase deformo o novelo da carne
Premindo com dedos fracos a grade da observação
Aspirando os acasos como se fossem cortinas filisteias
Regenerando a lânguida película da liberdade.
Levanto a cabeça, hasteio universos
A complexidade de sensações violadas
Inofensivo trasfagar de matérias
Superfícies resolutas, tons de silêncio.
Isolo os ligamentos do corpo
Urdindo as memórias do engano
Sumiram os carinhos de outras épocas
De outras épocas, restou-me o limite.
Vou só, um caminho que corta bosques
Entre os vapores de árvores negras
Sons que vibram distantes, inertes
E perspectivas que se lamentam.
Ivan Guardia.
domingo, 28 de setembro de 2008
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