Sim, somos tristes
Além de ser sozinhos
Somos tristes
Como quem perde o ônibus
Como quem se senta num banco de praça
Como o atleta que tropeça no obstáculo
Triste! Triste!
Como só um cavalo
No meio de um prado imenso
Poderia estar
Como quem pede um pingado
Como quem acende um cigarro
Como quem finge que não ouviu nada
Mil vezes triste afinal
Como o mercado vinte e quatro horas
Onde se pode comprar lâminas
Ou carne congelada a qualquer hora
Triste como nem o diabo!
Como quem abre a geladeira de madrugada
E não distingue o som da Tv no quarto
Como o outdoor que promete a alegria
No produto cuja marca faliu
Como quem sai do cinema sozinho
Como a criança a quem perguntaram:
- Onde está sua mãe?
Otávio Luiz Kajevski Junior
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
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Um comentário:
Tristes como a alegria que se sepulta,alegres na alegria de sermos o minuto,a motriz dos ponteiros q se atrazam ou adiantam.
-Muito maneiro teu poema Otávio!
lembra um pouco a visão de um verso do poema em prosa de Georg Heym,que disse:"Nossa doença é tédio sem fronteiras".
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